5 Mitos e Verdades da Meia-Idade - Parte I
5 Mitos e Verdades da Meia-Idade - Parte I
Por la Dra. Vivian Diller.
O envelhecimento é brutal e sempre escutamos que uma vez que atingimos os 40 e 50 anos, devemos nos preparar, porque "a partir daí, é tudo para baixo". Mas, cada vez mais começamos a ouvir a mensagem oposta: "Não se preocupe, 50 é o novo 15!" Essa fase da vida também pode trazer novas oportunidades, uma chance de revitalizar, rejuvenescer e renovar. Embora as torcidas pela reinvenção e renovação, sem dúvida, nos atraiam mais do que antecipar a senilidade, ambas abordagens agregam pouco à nossa compreensão sobre o que acontece de fato durante esse estágio da vida. A verdade é que a experiência da meia-idade está em algum lugar no meio do caminho. Ser informado e ao mesmo tempo sensível - nem muito pessimista nem tão otimista - é a melhor maneira de planejar os desafios que estão por vir. Então, vamos começar separando os fatos da ficção. Abaixo estão cinco mitos comuns sobre a meia-idade e as verdades que estão por trás deles. Em outro post após este, eu adicionarei mais cinco. Então fique ligado.
Mito # 1
A meia-idade é o ponto médio de nossas vidas: a maioria das pessoas acredita na "meia-idade" como o valor médio entre o nascimento e a morte. Na verdade, é definido como o ponto médio entre a vida adulta, 21 anos, e o final da vida, que pode variar de pessoa para pessoa. A medida que a expectativa de vida aumenta, o ponto médio também aumenta. Por exemplo, no início do século XX, quando as pessoas viviam, em média, até os 58 anos, o ponto médio era por volta dos 30 anos. Nos dias atuais, com a expectativa de vida chegando aos 80 anos, o ponto médio é considerado próximo dos 50 e se aproximando dos 60. Ou seja, no ponto médio atual, muitos que chegarão na meia-idade terão 30, 40 ou até 50 anos pela frente.
Mito # 2
Meia-idade significa crise da meia-idade: os psicólogos freudianos cunharam pela primeira vez o termo meia-idade para descrever uma fase normal do desenvolvimento adulto que provoca uma série de reflexões que permitam avaliar e repensar os propósitos da vida. Acreditava-se que, com os ajustes necessários, as pessoas poderiam alcançar a satisfação a longo prazo antes de entrar no último estágio da vida, chamado de "final da idade adulta". Mais tarde o termo começou a ser atribuído àqueles que entravam em pânico enquanto experimentavam mudanças. O termo "crise da meia-idade" serviu de base para inúmeros filmes e livros: usado para descrever pessoas que agiram de forma impulsiva e egoísta, pois temiam que a vida acabasse logo - o protótipo do homem de 40 anos, casado e com filhos, que foge com uma nova namorada em seu carro esporte vermelho, ou a dona de casa que compra um novo guarda-roupas e muitas vezes um novo rosto. Assim, enquanto a "meia-idade" é, na verdade, uma fase do desenvolvimento da vida adulta, a "crise da meia-idade" passou a ser vista como um problema patológico. Não têm o mesmo significado.
Mito # 3
A crise da meia-idade é universal: quando as pessoas tinham apenas uma década ou duas para viver com a chegada da meia-idade, os psicólogos tendiam a ver mais pacientes que sofriam da "crise da meia-idade". Mas, com o passar dos anos, o cenário foi evoluindo positivamente, a expectativa de vida aumentou, e agora menos pessoas sentem crises de urgência quando atingem os 40-50 anos. Tenha em mente também que a "crise da meia-idade" é mais comum entre aqueles que estão insatisfeitos com suas vidas atuais. Pessoas insatisfeitas tendem a refletir sobre metas inatingíveis, riscos não assumidos, focar em coisas que não foram feitas, desejos não atendidos. Confusão, tédio e raiva surgem. Muitas vezes há um desejo enlouquecedor de voltar no tempo, começar a vida novamente. Às vezes, isso leva a reações mais extremas, incluindo sintomas de depressão, ansiedade, aumento do consumo de álcool e drogas, buscando alívio em psicoterapias ou medicação. Mas a "crise da meia-idade" é universal? Na verdade, não. Muitos atingem seu ponto intermediário, concentram-se em vidas bem gastas e aguardam com expectativa os próximos anos.
Mito # 4
A crise da meia idade tem idade específica: É enganoso supor que uma "crise de significado" ocorrerá em um ponto particular da sua vida. De fato, angústia existencial pode acontecer a qualquer momento. Às vezes, pessoas de várias idades, por diversas razões - por exemplo, doença grave, fracasso econômico, perda de familiares ou cônjuge - refletem sobre suas vidas e se perguntam: "O que vem a seguir?" E raramente é uma experiência tão súbita quanto a "crise da meia-idade" implica. Dificilmente alguém muda da noite para o dia - na meia-idade ou a qualquer hora - mesmo que muitas vezes seja retratado dessa maneira na mídia ou mesmo em histórias contadas por amigos ou familiares. "Você ouviu que fulano abandonou a família?" Ou que "Ou que fulana largou o emprego e está viajando pelo mundo?" Mudanças e angústias na meia-idade são uma resposta emocional a um acúmulo de estresse, como um casamento infeliz, insatisfação no trabalho ou problemas financeiros. E isso pode ocorrer em qualquer idade.
Mito # 5
Tudo despenca: Muitos de nós antecipamos a meia-idade com receio, mas estudos mostram que, de fato, há uma curva em forma de U, quando se trata de emoções à medida que envelhecemos. Medidas de satisfação com a vida podem diminuir à medida que avançamos dos 20 para os 40-50 anos com o estresse de construir carreiras e criar famílias - mas elas tendem a se mover de volta à medida que nos aproximamos de nossos anos posteriores. Quando reconhecemos que a experiência nos ensinou muito, parecemos nos acalmar. Ao passar pelos bons e maus momentos, percebemos que vencemos as probabilidades e que há mais vida para viver. Melhor ainda, nossas necessidades, desejos, gostos e desgostos surgem como padrões reconhecíveis para que possamos tomar melhores decisões no futuro. Nos tornamos mais autoconfiantes, menos reativos às expectativas dos outros e mais perceptíveis conosco. Nossas vidas externas sincronizam com nossas crenças internas e tudo passa a fluir com mais naturalidade. Portanto, podemos até descer ladeira a baixo por um tempo, mas subimos ladeira acima à medida que envelhecemos.
Ninguém nunca disse que o envelhecimento seria fácil - claramente nos desafia fisicamente e emocionalmente. Mas atingir a meia-idade não necessariamente leva a uma crise, nem requer reinvenção total, um novo parceiro, um novo emprego, uma nova cara. Em seguida, cinco outros mitos e verdades sobre a meia-idade. Tenho certeza que você conhecerá as verdadeiras razões por trás dos mitos e mudará sua perspectiva para enfrentar essa fase enriquecedora e bela da vida.