Mudanças simples no exercício e dieta podem aumentar a libido durante a menopausa
Mudanças simples no exercício e dieta podem aumentar a libido durante a menopausa
Por Marta Montenegro.
Quando noites mal dormidas, suores noturnos, ondas de calor, alterações de humor e vagina seca surgem, quem pode pensar em “ficar ocupado” na cama?
"O estrogênio afeta diretamente tecidos vaginais e vulvares, melhorando o fluxo sanguíneo genital, função nervosa e integridade do tecido, mantendo a capacidade de lubrificar e melhorar a contratilidade do músculo liso", diz Renee Horowitz, obstetra e ginecologista, fundadora do “Center for Sexual Wellness” em Farmington Hills, Michigan.
A redução nos níveis do estrogênio é vista como a vilã responsável pelos sintomas da menopausa. Porém ele não é o único, a testosterona também influencia a libido. Isto é particularmente verdade quando a testosterona atinge o seu pico na casa dos vinte e poucos anos. Quando é chegada a menopausa, os níveis de testosterona caem para cerca de metade devido ao processo natural de envelhecimento.
"É difícil isolar o papel da testosterona no desejo sexual feminino", diz Horowitz. "Há fortes evidências que a falta de testosterona pode levar à diminuição do desejo, energia, excitação e orgasmo."
Verifique o básico
Pode parecer que não há como contrabalançar essa montanha russa de sentimentos; no entanto, a prática de exercícios regulares e uma alimentação saudável são a panacéia para os altos e baixos.
Pergunte a si mesmo: Como você está comendo?
Você está acima do peso, precisa perder 5 quilos, sabe que precisa perder esses quilos para fazer as pazes com a balança, mas não resiste à confraternização de fim de ano da firma. Uma alimentação com excesso de açúcares, gorduras saturadas e alimentos processados pode não afetar diretamente a sua libido, mas vão impactar na distribuição da gordura pelo corpo o que pode influenciar emocionalmente, mulheres com baixa autoestima, acrescenta Horowitz.
A comida está ligada aos níveis de energia. Como você se sente depois de comer um cheeseburger duplo com batatas fritas; comparado a como você se sente depois de comer um salmão com legumes? "Menos fadiga sobra mais energia para ser gasta na hora do sexo", diz Horowitz.
Alimentos muito açucarados aumentam os níveis de glicose no sangue, acarretando uma rápida recarga de energia, seguido de queda acentuada.
Esse ciclo perigoso é o principal responsável pelo acúmulo de gordura corporal dentre outros problemas de saúde.
Receita para a Felicidade
Anime-se mantendo um importante neurotransmisor sob controle. Para manter-se energizado, mantenha os níveis de dopamina alimentando-se de alimentos ricos em ômega 3: nozes, salmão, atum e sementes de chia. Acrescente à sua dieta, alimentos ricos no aminoácido tirosina, o que ajuda na produção de dopamina, como: abacate, legumes e laticínios com baixo teor de gordura. Liberte o estresse e sinta-se mais calmo se alimentando de alimentos ricos em triptofano, famoso aminoácido que auxilia na produção da serotonina: arroz integral, queijo cottage, sementes de gergelim e amendoim.
Você é hipertenso? Sofre de colesterol alto?
Qualquer coisa que cause o engrossamento das artérias, afeta a circulação, portanto, o fluxo sanguíneo para os genitais será reduzido. "A obstrução causa problemas com a sensação. As coisas não irão fluir naturalmente e você não vai querer continuar com a relação", diz Catherine Gagnon, CNP, da San Diego Sexual Medicine.
Um sistema vascular que trabalhe mais do que deveria pode prejudicar gravemente a vida sexual do casal, tão como a ingestão de remédios para tratar problemas de saúde relacionados, como hipertensão e colesterol alto. De fato, estudos apontam que homens e mulheres com hipertensão têm maior tendência de apresentarem quadro de disfunção sexual do que os grupos sob controle. "Há uma maior incidência de diminuição da libido, disfunção erétil, diminuição da lubrificação e dificuldade em atingir o orgasmo", diz Horowitz.
O que deve ser feito e o que não deve ser feito
Se você toma medicamentos para a circulação, você não pode simplesmente parar ou alterar a receita por conta própria sem antes consultar um médico. No entanto, você pode tomar medidas para controlar melhor sua condição: perder peso, parar de fumar e se exercitar mais. Estes hábitos ajudam no trabalho de normalização do sistema vascular e vão colaborar para que muito em breve você saia de vez dos medicamentos, aponta Horowitz.
Estudos mostram que alguns alimentos ricos em antioxidantes, como a vitamina C e o folato, juntamente com a ingestão de alimentos ricos no aminoácido básico, arginina, aumentam a função das células endoteliais, aumentando a síntese de óxido nítrico, que é um potente vasodilatador. Coma mais espinafre, couve, lentilhas, kiwi, morangos, manga e outros alimentos ricos em folato e vitamina C, e fontes de arginina, como chocolate, amêndoas, castanha de caju, castanha do Brasil, frango e feijão.
Você está se exercitando?
A flexão dos músculos além de torná-los mais fortes, ajuda a controlar a baixa nos níveis do hormônio testosterona. Também é responsável pela diminuição da gordura da barriga, que está ligada a alguns dos sintomas vasomotores da menopausa, como sudoreses noturnas e ondas de calor. Se isso não o fizer amarrar o tênis e correr para a academia, considere isto: o exercício induz a liberação de hormônios do bem-estar imediatamente e até 24 horas após o término do treino. O exercício faz com que você fique mais forte e magro, o que irá impactar imediatamente a sua autoestima e confiança.
Apenas 20 minutos de exercícios aeróbicos moderados, como caminhar, correr, dançar e andar de bicicleta aumentam a produção de óxido nítrico, o que aumenta o fluxo sanguíneo para os músculos e o cérebro. Adicione 10 minutos de treinamento de resistência para exercitar grandes músculos, como agachamentos, flexões, agachamentos e exercícios para os ombros. Pesos moderados e pesados, executados em ritmo acelerado, aumentarão a produção de testosterona.
E não subestime o poder das atividades corpo-mente, como ioga e pilates, para estimular a libido. Ambos constroem um núcleo mais forte, que suporta os órgãos sexuais, aumentam a flexibilidade e criam uma conexão músculo-mente para liberar estresse e tensão.